Atividades com Blocos Lógicos
Essas pequenas peças
geométricas, criadas na década de 50 pelo matemático húngaro Zoltan Paul Dienes,
são bastante eficientes para que seus alunos exercitem a lógica e evoluam no
raciocínio abstrato. Em pequenas doses, com brincadeiras e atividades dirigidas,
você pode tirar todo o proveito didático que o material oferece. Com os blocos
lógicos é possível, por exemplo, ensinar operações básicas para a aprendizagem
da Matemática, como a classificação e a correspondência. Essa ajuda certamente
vai facilitar a vida de seus alunos nos futuros encontros com números,
operações, equações e outros conceitos da disciplina.
LIVRE
CRIAÇÃO
O primeiro passo é
promover o reconhecimento do material. Com cartolina ou outro material
semelhante, prepare pranchas com desenhos feitos nas formas dos blocos lógicos
uma casinha formada de um retângulo e um triângulo, por exemplo. Em seguida, os
alunos reproduzem a figura utilizando as peças. Para isso, vão observar e
comparar as cores, os tamanhos e as formas que se encaixam.
O trabalho em grupo enriquece a atividade, pois as crianças certamente vão discordar entre si. O diálogo contribuirá para o conhecimento físico de cada bloco. Depois de completar alguns desenhos, os próprios alunos criam novas figuras.
O trabalho em grupo enriquece a atividade, pois as crianças certamente vão discordar entre si. O diálogo contribuirá para o conhecimento físico de cada bloco. Depois de completar alguns desenhos, os próprios alunos criam novas figuras.
Trenzinho feito com círculos,
quadrados e retângulos: formas livres no
primeiro
contato das crianças com as peças dos blocos
lógicos
A HISTÓRIA DO PIRATA
Agora, conte a
seguinte história: "Era uma vez um pirata que adorava tesouros. Havia no porão
de seu navio um baú carregado de pedras preciosas. Nesse porão, ninguém entrava.
Somente o pirata tinha a chave. Mas sua felicidade durou pouco. Numa das
viagens, uma tempestade virou seu barco e obrigou todos os marinheiros a se
refugiarem numa ilha. Furioso, o pirata ordenou que eles voltassem a nado para
resgatar o tesouro. Mas, quando retornaram, os marujos disseram que o baú havia
sumido. 'Um de vocês pegou', esbravejou o pirata desconfiado." Nesse ponto,
começa o jogo com as crianças. Peça que cada uma escolha um bloco lógico. Ao
observar as peças sorteadas, escolha uma delas sem comunicar às crianças qual é.
Ela será a chave para descobrir o "marujo" que está com o tesouro. Apresente
então um quadro com três colunas (veja abaixo). Supondo que a peça escolhida
seja um triângulo pequeno, azul e grosso, você diz: "Quem pegou o tesouro tem a
peça azul". Pedindo a ajuda das crianças, preencha os atributos no quadro. Em
seguida, dê outra dica: "Quem pegou o tesouro tem a forma triangular". Siga até
chegar ao marinheiro que esconde o tesouro. A atividade estimula mais que a
comparação visual. Também exercita a comparação entre o atributo, agora
imaginado pela criança, e a peça que a criança tem na mão. A negação (segunda
coluna do quadro) leva à classificação e ajuda a compreender, por exemplo, que
um número pertence a um e não a outro conjunto
numérico.
QUAL É A PEÇA?
Para descobrir, as crianças
entram numa competição. Você deve dividir a turma em grupos e distribuir um
conjunto de atributos para cada um contendo as características de uma peça (por
exemplo: amarelo, triângulo, grande e fino). Em seguida, o grupo tem que
selecionar a peça correspondente e apresentá-la às outras equipes. A competição
pode girar em torno de qual grupo encontra a peça correta em menos tempo ou de
qual grupo encontra mais peças corretas. À medida que acertam, recebem uma
pontuação. Outra opção é cada equipe desafiar os outros grupos da classe
distribuindo eles mesmos os atributos. Nesse jogo, as propriedades dos blocos
são apresentadas de forma separada. O raciocínio lógico estará voltado para a
composição e a decomposição das características de cada peça. Antes de escolher
a peça correta, a criança terá de imaginá-la com todas as suas características.
Esse é o mesmo processo pelo qual as crianças passarão quando estiverem formando
o conceito de número. Conforme evoluírem, saberão que o número 4, por exemplo, é
par, maior que 3 e menor que 5, sem precisar usar materiais concretos para isso.
Nessa fase, entendem também que é importante saber os nomes corretos de cada
característica. Não pode haver dúvida entre o que é amarelo e o que é
vermelho, por exemplo. Mais adiante, também não
poderão vacilar entre o que seja um quadrado e um pentágono, um número inteiro e
um fracionário.
O JOGO DAS
DIFERENÇAS
Nesta atividade, as
crianças trabalham sobre um quadro contendo três peças. O desafio consiste em
escolher a quarta peça observando que, entre ela e sua vizinha, deverá haver o
mesmo número de diferenças existente entre as outras duas peças do quadro. As
peças devem ser colocadas pelo professor de forma que, em primeiro lugar, haja
apenas uma diferença. Depois duas, três e, por fim, quatro diferenças entre as
peças. A intenção é que as crianças façam comparações cada vez mais simultâneas
quando estiverem pensando na peça que se encaixe em todas as condições. Esse
raciocínio lhes será útil em várias situações do cotidiano, como dirigir um
carro ou operar um computador, bem como em temas futuros da Matemática. Afinal,
quase sempre há mais de uma resolução para um problema ou um sistema de
equações. A criança terá que ponderá-las para chegar à forma mais
conveniente.
SIGA OS COMANDOS
As crianças vão transformar uma peça em outra seguindo uma
seqüência de comandos estabelecida pelo professor. Esses comandos são indicados
numa linha por setas combinadas com atributos. No exemplo da foto, vemos
uma seqüência iniciada com os atributos círculo, azul e grosso. As crianças
então escolhem a peça correspondente. O comando seguinte é mudar para a cor
vermelha. As crianças selecionam um círculo grosso e vermelho. Em seguida, devem
mudar para a espessura fina. Então, um círculo vermelho e fino é selecionado.
Assim por diante, o professor pode continuar acrescentando comandos ou pode
apresentar uma seqüência pronta. Depois é feito o processo inverso. As crianças
são então apresentadas a uma nova seqüência de comandos, já com a última peça.
Elas deverão reverter os comandos para chegar à peça de partida. A atividade é
essencial para o entendimento das operações aritméticas, principalmente a soma
como inverso da subtração e a multiplicação como inverso da divisão. E também
contribui, no futuro, para que as crianças resolvam problemas e entendam
demonstrações, atividades que exigem uma forma de raciocínio em etapas
seqüenciais.
Registramos o 3º ano trabalhando
com os Blocos Lógicos
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